João Gualberto e Hélio Gualberto

Há algumas semanas publicamos artigo com o título: Onde nascem as soluções? (Leia aqui) Nele, argumentamos que nos cursos de administração — e na academia brasileira de uma forma geral — nosso percurso histórico não é levado em conta na construção das soluções para as questões gerenciais. Questões tão brasileiras. As experiências que dão origem às formulações conceituais para os problemas brasileiros, são as do mundo ocidental de uma forma geral, sobre tudo dos Estados Unidos, e nem sempre expressam a nossa cultura e as nossas necessidades.

Dissemos ainda que essa distância cultural entre dois mundos é o mesmo princípio que rege a produção das instituições sociais no Brasil. Foi assim, por exemplo, com a nossa primeira constituição republicana, que inclusive que nos denominou Estados Unidos do Brasil. Uma cópia dos princípios da Carta Magna norte americana.

É assim também com os modelos de gestão públicos e privados que não levam em conta a nossa realidade e as nossas questões concretas. Tentam implementar olhares, soluções e decisões muito distantes das realidades locais e regionais brasileiras.

No presente artigo, continuamos essa reflexão. Nosso foco continuam sendo as são as soluções de gestão. Nossos problemas se avolumam. Não conseguimos nos afastar da lógica aristocrática e excludente que nos marca desde sempre como sociedade. Não conseguimos olhar para dentro. Muitas vezes nossas instituições, empresas e modelos conceituais dialogam pouco ou quase nada com aquilo que mais faz parte da sua realidade. Não dialogam com as histórias, as culturas e as instituições imaginárias que cada comunidade, no mais amplo sentido da palavra, pode ter. E, desta forma, deixam de compreender elementos fundamentais de seus desafios diários. Sejam eles comerciais, de relacionamento ou simplesmente de coexistência.

É pensando assim que estamos imaginando a ideia de diálogos estratégicos. A partir das lentes da história e das ciências sociais, compreendemos os contextos, os valores e sentimentos, com olhares múltiplos e reveladores. Por meio do design estratégico e da comunicação, transformamos esse aprendizado em atuação orientando estratégias, criando novos pontos de contato e narrativas que tem um grande objetivo: fazer as marcas e as pessoas resolverem suas questões juntas.

Ao realizar estes dois movimentos, o de quem escuta e compreende para, na sequência, responder e cultivar uma convivência, construímos diálogos. E mais do que isso, apostamos neste diálogo como resposta para as soluções. Não como ferramenta posta. Mas como forma de criar valor compartilhado e considerar-se se parte do todo.

João Gualberto e Hélio Gualberto são sócios na Persona (sejapersona.com)

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